Wednesday, October 03, 2007

Cálice, cale-se.

Show realizado no Anhembi, em 1973 - era Médici, auge da repressão ao povo brasileiro.
A música Cálice, que trata justamente do "voto de silêncio" imposto pelos militares, através da censura, foi apresentada em versão modificada, e mesmo assim boicotada neste show, tendo o áudio do microfone de chico buarque sido diversas vezes cortado.
Os gritos do chico arrepiam.
Tempos difíceis.

Cuidado, pois a rua não é pública, e a arte é crime,minha gente!


Som da discórdia

Flautista é proibido de tocar em calçada da Paulista

por Claudio Julio Tognolli

O flautista Emerson Pinto, o Pinzindin, conhecido músico paulistano de quem freqüenta a avenida Paulista, está proibido pela Justiça de se apresentar na calçada do Conjunto Nacional, um dos mais tradicionais conjuntos de prédios de São Paulo. O músico toca naquela esquina da Paulista com a rua Augusta (centro de São Paulo) há 12 anos.

A decisão que o proibiu de tocar na calçada é do juiz Fernando de Arruda Silveira, da 23ª Vara Cível de São Paulo. Caso insista em tocar ali, o flautista deverá pagar multa diária de R$ 380.

O juiz Fernando de Arruda Silveira determinou que o músico “se abstenha de se apresentar artisticamente, bem como comercializar seus CDs ou outros bens e serviços, no interior de quaisquer anexos que compõe o Complexo Conjunto Nacional (blocos comerciais, residenciais e garagem, ou ainda em seu entorno), desde já com ordem de remoção à sua pessoa se necessário, sob pena de multa diária de RS$ 380,00, redobrada, em caso de renovação de atividade obstada”.

À revista Consultor Jurídico, o flautista Emerson Pinto afirmou que está passando necessidades. Ele já deve à Justiça R$ 7,6 mil em multas. “Toco naquela calçada há 12 anos, fiz daquilo meu ganha-pão, agora não tenho mais do que viver. E ainda devo esta fortuna. E tudo isso porque resolvi tocar no mais público dos locais: a calçada”, desabafou.

A ação contra o músico é patrocinada pelo advogado Emanoel Tavares Costa, do escritório de advocacia Salomone. Em um documento de quatro páginas, o advogado alega que o flautista traiu um acordo feito por escrito, pelo qual teria se comprometido a jamais tocar nas calçadas públicas. De fato, segundo o acordo, o flautista “se absterá, doravante, de se apresentar artisticamente (compreendida a expressão no sentido mais amplo possível), bem como de comercializar seus CDs ou outros bens e serviços, obrigando-se a se abster de fazê-lo no exterior de quaisquer dos anexos que compõem o complexo do Condomínio Conjunto Nacional (blocos comerciais, residenciais e garagem) ou ainda em seu entorno (nesta expressão compreendidas as calçadas que o envolvem)”.

O advogado Emanoel Tavares Costa relata que, “ainda por força da transação, por mera liberalidade e exclusivamente com o objetivo de incentivo cultural ao autor, foi-lhe paga a quantia de R$ 5 mil”.

Relatório com fotos datado de 7 de agosto passado, feito por Homero Alves da Silva, gerente de segurança do Conjunto Nacional, mostra o flautista Emerson Pinto tocando seu instrumento na calçada da avenida Paulista. De posse das fotos, o advogado Emanoel Tavares Costa considerou que o flautista descumpriu o combinado na transação homologada pela Justiça em 30 de julho de 2007.

Revista Consultor Jurídico, 24 de setembro de 2007

Foto por Caroline Valente


Monday, October 01, 2007

Pitorescas opiniões Mainardianas

Sem comentários.

"Programa da semana - 26/9/2007
O Brasil não precisa de cinema - (link para o podcast de Diogo Mainardi)
Tropa de Elite. Não, não vi. Não vejo filme nacional. Não vejo filme de nenhum tipo
– o nacional em particular. O Brasil não precisa de cinema. Se o Brasil deixasse de fazer cinema, todo mundo sairia ganhando. Os contribuintes economizariam uns trocados.
E a cultura brasileira se livraria de alguns de seus episódios mais constrangedores, mais humilhantes. "

Por Diogo Mainardi, do site da revista Veja (com suas páginas recheadas de escárnio, preconceitos e absurdos - e a mais lida do Brasil).